Uma das coisas que nos motivou a ir para o Panamá, foram as ilhas de San Blas. Nós vimos muitas fotos de lugares paradisíacos, e resolvemos dar uma passada para conhecer.
O nome oficial é Guna Yala, uma comarca indígena autônoma que pertence aos índios conhecidos como Kunas, que lutaram para manter suas tradições, cultura e território. Possui mais de 360 ilhas e milhares de hectares de florestas preservadas. Como é um território indígena é proibido qualquer exploração de recursos naturais e investimentos estrangeiros, e somente os Kunas tem direito sobre suas terras. Para entrar lá é necessário passar por uma fronteira e pagar uma taxa.
Como tudo é administrado pelos Kunas, não espere luxo, as habitações são muito simples. É preciso abrir mão do conforto para ter essa experiência com a natureza.
O QUE FAZER EM SAN BLAS
O negócio lá é só relaxar e muitooo! Aproveitar as praias paradisíacas, curtir o mar, fazer snorkel, conhecer gente nova e a vivenciar a cultura dos Kunas. Além dos passeios de barco para conhecer as outras ilhas. Geralmente quando você fecha a viagem com agencia, já tem incluso alguns passeios, mas se quiser conhecer mais ilhas, você pode fechar lá mesmo.
DICAS
- Se você for o primeiro a entrar no 4×4, pegue os bancos da frente, para não ir apertado atrás.
- Leve protetor solar, repelente, canga, toalha e itens básicos de higiene.
- É bom levar lanterna, algumas ilhas não possuem energia, ou como no nosso caso que a luz estava queimada.
- Compre água e alguns snacks para levar.
- Vá com bastante dinheiro trocado para pagar a taxa na fronteira e as coisas na ilha.
- NÃO esqueça o passaporte, pois é obrigatório apresentar ele para entrar. Fora isso na volta nosso carro foi parado pela polícia, e tivemos que apresentar.
- Se enjoa fácil, um dramin vai ajudar bastante.
- Se possível leve um snorkel pois vale muito a pena.
- Não esqueça a blusa, pois a noite venta muito lá.
- Vá com roupas que possa molhar e não leve uma mala ou mochila muito grande.
- É difícil encontrar tomada nas ilhas, por isso é bom levar bateria extra de máquina, e ir com tudo carregado.
- Os Kunas não gostam de serem fotografados.
NOSSA EXPERIÊNCIA
Fechamos a viagem aqui do Brasil com a agencia San Blas Dreams. O combinado foi de passarem para nos pegar no nosso hotel na Cidade do Panamá as 5h30 da manhã, pois o caminho era longo. Pagamos mais uma diária do hotel, para deixar as nossas coisas lá e viajar tranquilo, apenas com uma mochila.
O motorista em um veículo 4×4 veio nos buscar perto do horário combinado, e em seguida buscou mais quatro pessoas no hotel próximo ao nosso. Logo após, parou em um supermercado para comprarmos suprimentos para levar. Uma dica é se você for um dos primeiros a entrar no carro, sente nos bancos da frente, quase todos os veículos têm um espacinho atrás no porta malas, que eles colocam duas pessoas, e fica muito apertado, pois o caminho até o porto para pegar o barco é uma serra com bastante curvas, e que tem uma duração de cerca de 2 horas.
No meio do caminho passamos por uma barreira, o controle de fronteira dos Kunas em que é preciso mostrar o passaporte, pois está entrando em terras indígenas, e é necessário pagar uma taxa de U$20,00. A motorista nos contou que tudo é gerenciado pelos indígenas, e que eles têm suas próprias leis, e as agencias apenas fazem o trajeto de levar as pessoas.
Durante o percurso vamos vendo algumas construções indígenas e as bandeiras deles, e uma delas nos despertou a curiosidade, pois tinha as cores da Espanha, e no meio uma suástica igualzinha a nazista. Perguntamos para a motorista e ela nos explicou que para eles a suástica representa a liberdade e união dos povos indígenas, achamos muito interessante.
Ao chegarmos no porto em que saem os barcos para as Ilhas, já tinham diversos outros carros com mais pessoas esperando. Um guia disse apenas para aguardamos que eles chamariam na hora que nosso barco chegasse. Passou alguns minutos e nosso barco chegou. As malas são colocadas em uma espécie de escotilha dentro do barco e coberta com lona, para não molhar muito, por isso escolha bem o que você irá levar. Além disso tentamos nos posicionar em um ponto do barco que nos molhasse menos, pois já tínhamos passado por essa experiencia anteriormente.
Um pouco após o início do trajeto, eles param em uma comunidade na beira do rio, logo na saída para o mar, uma espécie de depósito flutuante com casas em volta, para pegar uma caixa com suprimentos, e o que nos impressionou foi a quantidade de lixo e o quanto fica acumulado na água, bem triste isso.
O caminho até a ilha que escolhemos ficar (Chichime) é meio longo e durante o trajeto vem muita água dentro do barco, então vá preparado para se molhar.
Chegando em nossa ilha, os habitantes nos passam todas as instruções, e recolhem o dinheiro de cada um. No nosso caso pagamos referente a uma noite de hospedagem.
Nossa ilha é uma das maiores que vimos, com bastantes cabanas, uma vendinha e o espaço para refeições.
O chefe da ilha nos explicou que o sinal para avisar que as refeições estavam na mesa, ou que o barco iria partir, era o toque de uma concha que eles assopravam. Eles também perguntam se você tem alguma restrição alimentar, para poder preparar os pratos. E na sequencia levam cada um para a sua barraca, que é bem simples, feita de palhas e pedaços de madeira, o chão é todo de areia.
Almoçamos e logo após fomos de barco com o pessoal da ilha fazer os passeios que estavam no nosso pacote. Infelizmente o tempo não estava dos melhores, e o céu estava um pouco cinza, com vento muito forte durante todo o dia, impossibilitando subir o drone para fazer algumas imagens. Conhecemos a Piscina natural de estrelas, Isla Fragata e Isla Pero Chico.
Chegamos do passeio ao entardecer, e tomamos banho para depois dar uma volta na ilha. Começamos a andar, tirando algumas fotos e filmagens, e vimos que a ilha era ainda maior do que pensávamos, pois no outro lado ainda haviam outras barracas e mais pessoas. E novamente, a quantidade de lixo acumulado era algo visível, e além do lixo nas areias, as grandes pilhas de sacos acumulados.
Depois fomos jantar, e começou a ventar e chuviscar muito, com isso não tinha muito o que fazer, e ficamos na cabana até dormir.
No dia seguinte acordamos com o tempo um pouco melhor, demos uma volta e tomamos café da manhã. Na sequência eles tocaram a concha, sinal de que nosso barco iria partir. Na chegada ao lugar em que os carros das agencias ficam esperando, falamos o nome da nossa agencia e voltamos com um outro motorista diferente da que nos trouxe, e chegamos no hotel na Cidade do Panamá em torno de 12h00.
HOSPEDAGEM E GASTOS
Fechamos a viagem com a San Blas Dreams, aqui no Brasil, via e-mail. Decidimos passar uma noite na ilha Chichime para viver a experiencia do lugar. O preço total foi U$ 150,00 por pessoa + U$ 22,00 de taxas, em uma cabana privada com banheiro compartilhado (se quiser ficar mais tempo, é um adicional de U$ 50,00 por dia), caso você opte por ficar em cabana compartilhada o valor cai para U$ 140,00 (adicional de U$ 40,00 por dia), nesse preço inclui três refeições, e um passeio de barco para conhecer a Piscina Natural de Estrelas, Isla Fragata e a Isla Perro-Sunken ship.
Fizemos um pagamento para a agencia no valor de U$ 32,00 pelo site para reservar. U$ 50,00 entregamos para o motorista que nos levou até o porto, U$ 20,00 das taxas você paga na fronteira, e U$ 70,00 você paga para os Kunas, quando chega na ilha que vai dormir.
A cabana era bem grande, e tinha cerca de quatro camas de casal. Bem simples, feita de palha e madeira, e o chão todo de areia. O único problema foi a falta de iluminação, pois a nossa barraca estava com a luz queimada, e quando pedi a um dos índios uma escada para arrumar, ele falou que não tinha, que a luz estava assim por causa da maresia e não tinha o que fazer. Achei um pouco de descaso, ele nem levantou da rede para falar comigo, ou manifestou alguma vontade de ajudar, vendo que o valor que pagamos é bem alto, o mínimo era ter dado atenção.
O chuveiro é bem simples e rústico, com duas cabines, contando apenas com um cano que sai pouca água gelada, com uma portinha para fechar. Duas cabines de vaso sanitário com descarga manual, e uma pia, tudo bem roots.
Durante a noite ventou e chuviscou. A cabana até que segurou bem, mas por não ser toda fechada, recebemos uns pingos de chuva durante a noite. Uma coisa que não é fácil é deitar no colchão sem o mesmo se encher de areia.
Nas ilhas também é possível acampar, a Chichime tem a maior área para camping do arquipélago. E é claro você pode ficar hospedado em um Veleiro, porem o custo é muito mais alto.
Antes de ir, vimos em vários lugares que essa ilha tinha boas acomodações por ser uma ilha maior, mas pesquisando descobrimos outras ilhas que oferecem uma melhor acomodação e com mais estrutura, como por exemplo, a Coco Blanco e a Isla Iguana.
ALIMENTAÇÃO
Em San Blas oferecem um pacote com café da manhã, almoço e jantar incluso. A refeição geralmente sempre é arroz, salada e uma proteína (frutos do mar ou frango), as vezes com um adicional de feijão ou batata, tudo bem simples e feito na hora. As refeições são servidas com hora marcada. O café era as 7h00, o almoço 11-12h00 e o jantar as 17h30.
Eles colocam uma garrafa de água em cada mesa durante as refeições. Mas fora isso, as bebidas não estão inclusas. Você pode comprar lá outras bebidas e comidas, na vendinha da Ilha. É sempre bom sempre ter dinheiro trocado, pois eles costumam não ter troco. E é bom lembrar de avisar assim que chegar na ilha, se você tiver alguma restrição alimentar ou não comer certo alimento. Pois se avisar na hora, não tem o que fazer, e acabará ficando sem comida.
Sobre a nossa alimentação, No almoço nós comemos um peixe frito, arroz, feijão e salada. Para as pessoas que já tinham avisado sobre a restrição, o peixe foi substituído por frango. A noite a opção foi lagosta com batata assada e salada. E no café da manhã a refeição foi pão com manteiga e chá/café.
Além disso tínhamos levado bastante suplementos. Salgadinhos, bolachas, chocolate e muita água, com isso não passamos fome. Lembrando que não há frigobar nas ilhas, ou seja, não adianta levar alimentos que necessitem de refrigeração.
Ouvimos falar de pescadores que param o barco na ilha e oferecem frutos do mar variados para os visitantes comprarem, o valor varia de acordo com o prato escolhido, e os Kunas preparam para você, mas tem que avisar com antecedência.
AS ILHAS
Fechamos uma noite em Chichime, que incluía o passeio de um dia para a Piscina Natural de Estrelas, Isla Fragata e a Isla Perro Chico.
A Isla Chichime (Windup) foi a que ficamos hospedados, ela fica em torno de 50 minutos do terminal de barcos. Ela é bem grande, a maior ilha do arquipélago. Enquanto para dar a volta em outras ilhas como Coco Blanco e Perro se leva em torno de 10 minutos, em Chicheme leva mais ou menos uns 20 minutos, o que vale muito a pena, pois ela é cercada de coqueiros, e um mar com diferentes tons de azul, muito linda mesmo.
A Piscina Natural de Estrelas foi a nossa primeira parada do passeio de barco, é um banco de areia no meio do mar. Ao chegarmos lá, ficamos um pouco triste, pois o guia explicou que por ir muita gente, não tem mais estrelas do mar como antes. Mesmo assim, a água é linda, muito clara e transparente, e mesmo com o tempo fechado, acabamos entramos na piscina. A visita foi bem rápida, em torno de meia hora.
Logo após fomos até a Isla Fragata (Banedub), uma ilha pequenininha, com poucas cabanas, umas barracas vendendo artesanatos e um restaurante/bar. Lá tem uma boa área de corais para fazer snorkel com a água bem cristalina, além de termos conseguido ver estrelas do mar.
A última foi a Isla Perro Chico (Achudub), ela é um pouco maior que a Fragata, e muito linda com uma longa faixa de areia e um mar azul incrível. Ela é uma das ilhas mais famosas de San Blas, principalmente por ter um barco afundado raso que está lá há décadas, além da grande quantidade de peixes no mar, que você consegue ver bem de perto com snorkel. La tem algumas cabanas, um restaurante e rede para jogar vôlei. O único problema é que a ilha é muito pequena, e diversos barcos param lá, ou seja, se você for num fim de semana, é grande a chance de ficar apertado.
O passeio foi muito legal, e gostamos muito das ilhas. Gostaríamos de ter conhecido outras, mas tínhamos muito pouco tempo. O lixo acumulado foi algo que nos incomodou no passeio, mas nem isso consegue tirar a beleza desse lugar, que é incrível.
As ilhas mais conhecidas e visitadas são: a Isla Perro, Franklin, Iguana, Pelicano, Chichime, Fragata, Cayo Holandeses e Piscina natural de Estrelas.
RESUMO FINAL
Com certeza San Blas é um lugar que quem vai ao Panamá deve visitar. As Ilhas são surreais, e a cor do mar é algo fascinante. O pôr do sol na ilha deve ser uma coisa única, uma pena foi que só pegamos o tempo fechado, e não tivemos a oportunidade de ver. Quem sabe numa próxima.
Gostamos muito da experiencia, mas como falei anteriormente, se hospedar só é interessante pela experiencia de dormir em uma ilha deserta. Achei o preço bem caro, para o que os índios oferecem e como cuidam das ilhas.
Achamos a agencia San Blas Dreams muito boa. Os guias foram bem atenciosos conosco dando informações e cumprindo horários. E é possível ir para San Blas só para passar o dia, o motorista te busca em torno das 5 horas da manhã no hotel, e o barco sai da ilha em torno das 3 horas da tarde, é um bate volta bem rápido, mas você consegue fazer o passeio e conhecer algumas ilhas.
Para mais informações da cidade do Panamá, basta clicar AQUI
Creio que essas são as principais dicas para você que quer ir conhecer essas ilhas paradisíacas, espero que tenha gostado do post e não se esqueça de acompanhar as minhas viagens pelo instagram @rodsnaideia e dar um like na minha página no facebook. Valeu e continue se ligando na ideia!